Durante muito tempo, o mercado brasileiro foi mais conhecido por importar modelos de negócio do que por exportar. No entanto, esse cenário tem mudado. Marcas nacionais, especialmente no setor de franquias, estão ganhando espaço no exterior, abrindo unidades em países da América Latina, Estados Unidos, Europa e até Ásia.

Essa movimentação revela um novo ciclo de amadurecimento das franquias brasileiras, que agora enfrentam um desafio inverso ao que estavam acostumadas: a tropicalização reversa, a adaptação de produtos e estratégias brasileiras para públicos estrangeiros.

A internacionalização de franquias exige muito mais do que a simples abertura de unidades fora do país. Ela implica em entender novos mercados, adaptar cardápios, ajustar modelos operacionais, rever estratégias de marketing e, muitas vezes, reinterpretar a própria identidade da marca.

Casos como o do Spoleto, que chegou aos Estados Unidos, ou do Boticário, presente em mais de 15 países, mostram que a fórmula brasileira pode funcionar além das fronteiras nacionais. O Giraffas, rede de alimentação de origem brasiliense, também se tornou símbolo dessa expansão, ao estabelecer presença em cidades norte-americanas.
Outro exemplo é a rede de alimentação saudável Oakberry, especializada em açaí, que encontrou no lifestyle globalizado uma ponte para conquistar paladares em mercados como EUA, Austrália, Emirados Árabes e países europeus. O produto, genuinamente brasileiro, ganhou embalagens, porções e narrativas adaptadas, sem perder sua identidade.

Mas o caminho não é simples. O processo de tropicalização reversa exige compreender hábitos de consumo locais, diferenças culturais, regulamentações específicas e estruturas logísticas. Há ainda o desafio de manter a consistência da marca: como ser reconhecível como “brasileira”, mas ao mesmo tempo relevante e compreensível fora do Brasil?

Além disso, a concorrência é feroz. Marcas brasileiras muitas vezes precisam competir com gigantes internacionais com maior poder de investimento. Por isso, o sucesso no exterior depende não apenas do produto, mas de uma estratégia de expansão sólida, suporte ao franqueado internacional e capacidade de adaptação sem descaracterização.

As franquias nacionais estão demonstrando que é possível crescer além do território doméstico com identidade, qualidade e flexibilidade. A tropicalização reversa surge como o principal desafio dessa jornada, exigindo que as empresas pensem globalmente, mas atuem com sensibilidade local.

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